“Enfim, roçando a morte a cada passo de sua aventurosa existência,deveríamos nos espantar com o- fato- de-que ele a tenha visto, que ela o tenha obcecado, neste século em que ela estava presente para todas as almas?
Tocamos aqui naquilo que faz de Villon um grande poeta: ele é o poeta da morte. Eis o sentimento geral que ele expressou com uma extraordinária e dolororsa vibração de todo o seu ser, um estrecimento de todos os seus nervos. Ele vê sobre a carne em flor a carne apodrecida de amanhã, o esqueleto de depois de amanhã. A velhice, esse horrivel fenecimento de uma forma saborosa e bela, o purge, o desgosta, o
aterroriza. E seu pensamento prolonga o espetáculo, até as torções da agonia, ao desmoronamento repulsivo, o de tantas coisas doces e encantadoras. 0 sensual que ele tinha sido é sacudido peia visão visão mais nítida e angustiante da decomposição física /…/ E na incompreensível fatalidade da qual ninguém escapa. esse pobre diabo que viveu nos sujos subterrâneos da sociedade, apreende uma grande e patética lição de igualdade: mas é ainda o corpo que lhe dá tal lição, o amontoado indiscerníveí dos esqueletos e dos cràneos nos ossuários : sao ossos anônimos, igualmente nus, descarnados, repugnantes. E por essa visão
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MUITA COISA DÁ PRA SE REFLETIR NESTE TEXTO, BELA POESIA DA MORTE TU É MAIS ESQUISITO QUE EU KKK!
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